Estudo brasileiro cria método inédito que ajuda a evitar retorno da hanseníase com mais de 95% de acerto

  • 22/06/2025
(Foto: Reprodução)
Pesquisa realizada no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU) consegue prever falência no tratamento da doença dermatológica e venceu premiação internacional. Bruno Dornellas realizou a coordenação da pesquisa Milton Santos/UFU Uma pesquisa coordenada pelo médico e patologista Bruno Dornellas, do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU), desenvolveu um método capaz de prever, com mais de 95% de precisão, quando o tratamento da hanseníase pode falhar. A descoberta científica permite identificar precocemente os pacientes com risco de recaída, possibilitando um acompanhamento da doença mais eficaz. O estudo chegou a ganhar um prêmio internacional e foi realizado com 80 pacientes que são atendidos no Centro de Referência Nacional em Hanseníase e Dermatologia Sanitária (Credesh). ➡️ Clique aqui e siga o perfil do g1 Triângulo no Instagram O projeto teve início na atuação do médico como patologista, quando recebia amostras de pele e nervos colhidos no Credesh. Dornellas já tinha estudado a doença e se aproximou mais, trabalhando com a prática dentro do laboratório. O que mais incentivou o pesquisador a se dedicar à pesquisa, foram os colegas de trabalho e a afinidade com os estudos sobre a doença. A partir disso, Bruno e o grupo de pesquisa observaram casos de pessoas com a doença e outras que não a possuem, além de monitorarem prontuários médicos e bancos de dados nacionais. No início, o foco era entender o que levava à morte de pacientes que já haviam passado por todos os tratamentos indicados, especialmente a poliquimioterapia, que é recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS). 🔍 Poliquimioterapia é um tratamento no qual o paciente usa uma série de medicações para o tratamento da doença hanseníase. Segundo o Ministério da Saúde, o tratamento medicamentoso é realizado com a associação de três antimicrobianos: rifampicina, dapsona e clofazimina. Professor Bruno Dornellas no HC-UFU Milton Santos/UFU Pesquisa monitorou 80 pacientes Na prática, o estudo envolveu 80 pacientes, sendo 40 casos que realizaram o tratamento e outros 40 pacientes sem sinais da doença, que foram monitorados durante a pesquisa. A pesquisa conseguiu prever a falência do tratamento da doença com 95% de precisão usando marcadores de pele, análise de moléculas e exames de sangue. Com a metodologia, foi possível identificar precocemente se o paciente pode retornar a ter a doença no risco de falência terapêutica, facilitando a intervenção precoce no tratamento. Dornellas comentou ao g1 que um dos principais desafios foi a falta de critérios objetivos para a cura clínica definitiva da hanseníase. Além disso, a pandemia também foi obstáculo para chegar aos resultados. "A pandemia de Covid-19 foi o maior obstáculo, obrigando-nos ao isolamento social e fechamento dos laboratórios. Levamos mais de cinco anos para a produção do artigo'", disse o médico. A hanseníase afeta mais de 200 mil pessoas por ano no mundo. Na região do Triângulo Mineiro, a média anual é de 17 mil consultas, sendo aproximadamente 322 procedimentos entre curativos e drenagens em hanseníase. O estudo desenvolvido pelos cientistas do HC-UFU pode ser decisivo para reduzir recaídas e minimizar os danos provocados pela doença. Premiação Internacional O estudo contou com orientação da dermatologista Isabela Maria Bernardes Goulart para a produção do artigo. A pesquisa ganhou o prêmio Clarke, Jr. and Elaine F. Stout Award, concedido pela United States and Canadian Academy of Pathology (Academia de Patologia dos Estados Unidos e do Canadá). A premiação ocorreu na categoria de melhor artigo cientifico publicado em inglês, sobre hanseníase. Para Dornellas, mais do que uma realização pessoal e profissional, a premiação representa um avanço significativo para a ciência nacional. É uma grande honra ter este trabalho reconhecido por uma instituição tão prestigiada. Isso coloca a produção científica brasileira em patologia no patamar de qualidade internacional. E, finalmente, motiva-nos a produzindo ciência'", celebrou o patologista. Médico recebeu premiação como melhor artigo cientifico em inglês Divulgação O que é a hanseníase Causada pela bactéria Mycobacterium leprae, a hanseníase é uma doença infecciosa que afeta os nervos e a pele. Além disso, é caracterizada pela diminuição da sensibilidade térmica, principalmente nas mãos, braços, pés, pernas e olhos, causando perda de força muscular. A hanseníase é uma das 20 enfermidades tropicais que a Organização Mundial da Saúde (OMS) considera negligenciadas. Dados da OMS mostram que quase 216.000 casos foram detectados em todo o mundo, em particular no Brasil e na Índia, só em 2022. No Brasil, são 28 mil casos por ano, segundo o Ministério da Saúde. Veja a seguir as principais características da doença: A doença é causada pelo bacilo 'Mycobacterium leprae' É transmissível: ataca a pele e os nervos periféricos, com sequelas potencialmente graves Pode ficar incubada no organismo por até 20 anos Demora no diagnóstico faz com que o paciente continue infectando pessoas próximas Sintomas: manchas brancas ou avermelhadas pelo corpo, sensação de dormência e perda da sensibilidade na pele *Estagiário sob supervisão de Caroline Aleixo. O que é a hanseníase e os números altos de contágio no Brasil. Arte/G1 A hanseníase é uma das doenças que podem debilitar as pessoas afetadas para o resto da vida Getty Images via BBC Janeiro é marca o mês de conscientização da Hanseníase 📲 Siga o g1 Triângulo no WhatsApp, Facebook e X VÍDEOS: veja tudo sobre o Triângulo, Alto Paranaíba e Noroeste de Minas

FONTE: https://g1.globo.com/mg/triangulo-mineiro/noticia/2025/06/22/estudo-brasileiro-cria-metodo-inedito-que-ajuda-a-evitar-retorno-da-hanseniase-com-mais-de-95percent-de-acerto.ghtml


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