Discursos de ódio nas redes sociais: emojis ganham significados muito diferentes dos originais e não são entendidos por todo mundo

  • 07/04/2025
(Foto: Reprodução)
SaferNet revela aumento de 35% no número de emojis, palavras, siglas e hashtags, em português, relacionados à incitação ao ódio e conotação sexual em 2 anos. Uso de emojis para discursos de ódio aumenta nas redes sociais Um levantamento da organização não governamental SaferNet mostra que os discursos de ódio nas redes sociais incorporaram largamente os emojis, mas com significados muito diferentes dos originais e que não são entendidos por todo mundo. Uma forma de se expressar com apenas um toque. Mas emojis também estão sendo utilizados para disfarçar discursos de ódio, assédio e abuso sexual, inclusive contra crianças e adolescentes. “Eu vejo muito, gente usando diversos emojis para se referir a diversas coisas ofensivas”, conta João Carlos Lacerda, 16 anos. “Existem muitas pessoas que sofrem com isso. Então, em relação a tipo problema com seu peso, com sua aparência, sua sexualidade”, diz Bruna Brugnara, 15 anos. Um levantamento da ONG SaferNet feito em redes sociais e aplicativos de mensagens revelou aumento de 35% no número de emojis, palavras, siglas e hashtags, em português, relacionados à incitação ao ódio e conotação sexual em dois anos. Em 2023 eram 963. Agora, a ONG já identificou 1,3 mil. Segundo a SaferNet, os usuários criam significados novos para emojis comuns, de forma a dificultar que autoridades, pais ou responsáveis pelas vítima reconheçam ou entendam o que está sendo dito. A ONG desenvolveu uma ferramenta de identificação desses códigos. "Um conjunto de métodos e ferramentas que inclusive se valem de inteligência artificial, aprendizado de máquina, para detectar, a partir de uma base textual, ou seja, do conteúdo textual dessas páginas, nos diálogos, etc, padrões que indicam a presença de grupos criminosos ou células extremistas", diz Thiago Tavares, presidente SaferNet. A Secretaria Nacional de Segurança Pública, ligada ao Ministério da Justiça, ajuda os estados a investigarem os crimes cibernéticos. Em Minas Gerais, a Polícia Civil está mapeando as características desse tipo de usuário. “A gente consegue identificar um perfil mais jovem de autores ligados a essa prática. A partir disso, identificando eventual ilícito criminal, discurso extremista, diligenciar para identificar a autoria e aí disseminar esse conteúdo para a respectiva polícia da unidade federativa pertinente, para que ela adote as medidas de polícia judiciária”, explica Arthur Martins da Costa Benício, delegado especializado em crimes cibernéticos. Discursos de ódio nas redes sociais: emojis ganham significados muito diferentes dos originais e não são entendidos por todo mundo Jornal Nacional/ Reprodução Para evitar que crianças e adolescentes se tornem vítimas dessa prática criminosa na internet, é preciso agir em várias frentes, dizem os especialistas. Além de investigação policial, a família pode ajudar, por exemplo, a monitorar a rotina dos jovens nas redes sociais. E a escola, observar comportamentos e oferecer apoio. Em um colégio, em Belo Horizonte, professores e alunos criaram um grupo de ajuda contra as agressões virtuais. “Quando é necessário e o aluno permite que o que ele expõe possa ser dividido com a família, a gente chama a família para que a gente possa, junto com a família, acabar com qualquer tipo de constrangimento que possa ocorrer entre os alunos da escola até mesmo fora da escola”, diz Zuleica Ávila, diretora da escola. Como um emoji é criado? Sabia que você pode sugerir um? Veja os critérios e o que fazer Conscientização que o Lorran Gabriel, de 15 anos, já está colocando em prática no grupo de aplicativo de mensagem que participa: “Eu vi uma vez, mas eu reprimi na hora porque eu percebi que a pessoa estava ficando... Se excluindo do grupo”. A empresária Michele Duarte conversou com os filhos e instalou aplicativos no celular para monitorar as atividades deles na internet. “Eu levo isso muito como um apoio mesmo, não como algo pesado e tal. Eu acredito que mostra também o quanto a minha mãe me ama”, diz Cauan Sales, de 17 anos. “Eu acho que hoje uma mãe não pode dar um celular para filho se não for controlado. Às vezes, você está vendo seu filho muito tímido, muito dentro do quarto, mexendo demais no computador. Tem que realmente verificar o que ele está fazendo porque, às vezes, não é só o jogo”, afirma Michele Duarte. LEIA TAMBÉM Incels, redpills e mais 10: os termos da série ‘Adolescência’ sobre a cultura de ódio a mulheres

FONTE: https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2025/04/07/discursos-de-odio-nas-redes-sociais-emojis-ganham-significados-muito-diferentes-dos-originais-e-nao-sao-entendidos-por-todo-mundo.ghtml


#Compartilhe

Aplicativos


Locutor no Ar

Peça Sua Música

No momento todos os nossos apresentadores estão offline, tente novamente mais tarde, obrigado!

Top 5

top1
1. Raridade

Anderson Freire

top2
2. Advogado Fiel

Bruna Karla

top3
3. Casa do pai

Aline Barros

top4
4. Acalma o meu coração

Anderson Freire

top5
5. Ressuscita-me

Aline Barros

Anunciantes